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Escritura de doação onerosa e partilha amigável que faz Emília de Jesus, viúva de João Cravo, a seus filhos, genros e noras, residentes na Gafanha.

Description level
File File
Reference code
PT/ADAVR/NOT/CNILH3/001/0020/00009
Title type
Atribuído
Date range
1896-06-04 Date is certain to 1896-06-04 Date is certain
Dimension and support
1 doc.; f. 11 a 13v
Scope and content
Escritura de doação onerosa, com imediata transferência de domínio e posse, e partilha amigável, sendo intervenientes, Emília de Jesus, como doadora, viúva de João Cravo e, como donatários, os seus filhos, genros e noras, nomeadamente, Maria de Jesus e marido Joaquim Ramos, Rosa de Jesus e marido Francisco Sardo, Custódia de Jesus e marido Manuel Fernandes, José Cravo e mulher Graça de Jesus, Manuel Cravo e mulher Maria Carlos, António Cravo e Sebastião Cravo, solteiros, todos seareiros, residentes na Gafanha, desta freguesia de Ílhavo. E logo pela primeira outorgante foi dito que tendo em atenção ao seu deteriorado estado de saúde e não podendo continuar a administrar os seus bens, resolveu entregá-los aos seus filhos com as condições seguintes: cada donatário é obrigado a dar à doadora, pelo São Miguel de cada ano e, enquanto for viva, mil e 200 reis em dinheiro, 75 rachões de lenha seca, 60 litros de milho, 40 litros de feijão, de qualquer qualidade, menos frade e 40 litros de batata; a doadora continuará a viver nos prédios de casa onde tem vivivo enquanto for viva e, se por alguma razão, ela não quiser continuar a habitar no referido prédio, todos os donatários ficam obrigados a dar-lhe, consertar-lhe, fazer-lhe ou arrendar-lhe uma casa decente para viver; os donatários seriam ainda obrigados, caso a doadora quisesse permanecer na sua casa, a consertá-la sendo as despesas feitas pelos donatários; se a donatária quiser viver na companhia de um dos seus filhos, todos os donatários, concorrerão a auxiliá-la e a prestar-lhe os serviços necessários; na casa onde estiver, serão entregues, todas as pensões estipuladas; os donatários ficam obrigados a tratar da doadora tanto, no estado de saúde, como de doença, sendo que caso esteja doente eram todos os donatários obrigados a pagarem as despesas relacionadas com a doença. Nestes termos transfere para os donatários o domínio e direitos que tem nos bens doados, os quais são todos os que constituem a sua meação por morte de João Cravo e deles poderão os donatários proceder à partilha para o que lhes dá toda a autorização necessária. Pelos donatários foi dito que aceitavam esta doação com todas as condições e que tinham feito as partilhas dos mesmos bens, que eram apenas umas casas e aido, na Gafanha, uma terra na Cale da Vila e outra terra no Bico, tudo no valor de 700 mil reis, sendo portanto o valor da doação por cada donatário 100 mil reis. Foi dito por eles que tinha procedido à partilha dos mesmos bens, pertencendo a Maria de Jesus e marido, a terça parte, a última do lado poente, da terra lavradia, dita na Cale da Vila, que confrontava a sul com Joãp Vexina, a norte com Manuel da Rocha, a nascente com a ria de Aveiro e a poente com estrada de Aveiro à Barra, no valor de 100 mil reis; pertence a Rosa de Jesus e marido a terra sita no Bico, que confrontava a norte com Manuel Fidalgo, a sul com João Branco, a nascente com João Ferreira Novo e a poente com Joana, viúva de António Melro, da Gafanha, no valor de 100 mil reis; pertence a Custódia de Jesus e marido um bocado do aido próximo do assento de casas, sito na Gafanha, compreendendo esse bocado a terça parte do terreno de todo o prédio, que confrontava a nascente com a ria, a poente com herdeiros de José Filipe, a sul com Manuel Francisco das Neves e a norte com a ria pública, no valor de 100 mil reis; pertence a José Cravo e mulher outra terça parte da terra lavradia na Cale da Vila, sendo esta terça a que fica do lado norte, no valor de 100 mil reis; pertence a Manuel Cravo e mulher um bocado de aido próximo ao assento de casas, sendo este o bocado que fica a meio, no valor de 100 mil reis; pertence a António Cravo a terça parte restante da terra lavradia, sita na Cale da Vila, sendo esta a que fica do lado sul, no valor de 100 mil reis e pertence a Sebastião Cravo a restante terça parte do assento de casas e aido, sito na Gafanha, isto é o resto do terreno de todo o prédio, bem como um pequeno bocado de aido contíguo, no valor de 100 mil reis. Foram testemunhas presentes, José Maria Cândido da Silva, casado, sapateiro, residente em Ílhavo, António Pereira Ramalheira Júnior, casado, marítimo, desta vila, Manuel dos Santos Carrancho, solteiro, lavrador, residente em Ílhavo, João Leite Mónica, casado, carpinteiro, residente em Ílhavo, Alexandre Carlos Bingre, casado, carpinteiro, morador na Chousa Velha, freguesia de Ílhavo, Calisto do Bem Barroca, casado, tamanqueiro, residente em Ílhavo, Joaquim Carlos Bingre, casado, tamanqueiro, residente em Ílhavo, Domingos Pereira Ramalheira, casado, alquilador, residente em Ílhavo, José Pereira Ramalheira, casado, carteiro e Manuel de Pinho, solteiro, proprietário, ambos residentes nesta vila.
Physical location
D6.E12B.P2.0020
Language of the material
Por (português)
Other finding aid
Descrição arquivística efetuada ao abrigo do protocolo “Ílhavo, Terra Milenar” celebrado com o Município de Ílhavo em 9 de junho de 2015.
Creation date
07/06/2017 10:11:09
Last modification
07/06/2017 10:26:20